LOBA, Cachaça, Vinho: Bastidores da Gravação pro Buteco 98

Roça, cachaça, vinho e cerveja. Ponto final.

Comecemos pelo início. Visitar a fábrica da Loba não é uma mera ida a uma planta que produz cerveja. A primeira lembrança de planta cervejeira pra quem vem de BH costuma ser algo que arremete aos galpões do Jardim Canadá. Cada um ao seu estilo, cada cervejaria com as suas próprias características. Mas pegamos 130 km de estrada em direção a Santana dos Montes na Zona da Mata.

Chegamos em uma bela fazenda, a Fazenda Guarará, e como a luz do dia é essencial para imagens externas, fomos direto para o parreiral, ou vinhedo. Lá o proprietário Aloísio Rodrigues Pereira nos apresenta algumas das 10 variedades de uva cultivadas no local. Desde uvas de mesa, a primeira a gente nunca esquece, Niágara, até uvas para fabricação de vinhos: Sirah, Cabernet Blanc e outras. O vinhedo é irrigado e as descrições do cultivo feitas pelo dono são impressionantes. Características do solo, da vegetação que acompanha, os nutrientes, função da poda, pra onde vai cada ramo da parreira, etc. Só essa parte já merece algumas páginas.

O cenário é impressionante, e se enxergar envolto por parreiras tão próximo a capital é algo surpreendente. Chocante. Eu não imaginava encontrar tantos tipos de uva a 130 km de casa. É impressionante. Paradas rápidas pra captura de imagens, vamos para a cachaçaria.

Pausa importante, atualmente não se produz mais cachaça na Fazenda Guarará. De acordo com o proprietário Aloísio Rodrigues Pereira, os incontáveis tonéis presentes na fazenda armazenam cachaça que já foi feita lá. A fazenda conta com duas salas com barris para armazenamento de cachaça. Ambas com visual recheado de madeira e mobiliário rústico. A primeira com um pé direito bastante alto, na parede cinco andares de barris de carvalho, que já armazenaram vinho e uísque, envelhecem a cachaça.

Cachaça Itaveravense

Mais uma marca impressionante. O registro da cachaça Itaveravense no Conselho Regional de Química é o de número 0001. Como não gostar mais ainda dessa bebida. Talvez eu já tenha dito isso aqui antes, mas pra mim toda bebida é descrita pelo produtor com a mesma alegria e brilho nos olhos que um dono de sítio descreve a sua propriedade. Nesse caso, encontramos o casamento perfeito dos dois fatos, porém ao invés de sítio, fala-se de uma fazenda com características impressionantes. Produção de mais de 3 mil litros de leite, cerveja, cachaça, azeite, vetiver, açudes com peixes e outras empreitadas que virão por aí.

Além da primeira sala descrita acima, a propriedade ainda conta com outra sala, com pé direito um pouco menor, porém na contra parede dos barris de carvalho encontram-se 3 imponentes barris com as madeiras: Jequitibá, Amburana e Balsamo. O período de envelhecimento alterna de 2 a 20 anos. Interessante ver como cada barril dá um gosto a bebida. Chegamos a experimentar cachaças com o mesmo tempo de envelhecimento que possuíam gostos distintos. Sem contar nas diferenças das bebidas com estocagem maior. A cachaça ainda brigará muito com os destilados importados. Eu tenho fé.

Finalizando o bloco de cachaça, a Itaveravense é comercializada apenas na Fazenda Guarará e no Hotel Fazenda da Chácara. Daquelas joias que só se encontra no local. Se na Europa consome-se o vinho da casa, nas alterosas temos as cachaças da casa. Quantos cervejas a Bélgica possui? Quantas cachaças são fabricadas em Minas Gerais? Impossível fechar a conta, o poeta já disse: Minas São Muitas.

Vinho Dos Montes

As uvas plantadas na Fazenda Guararás são enviadas para a EPAMIG em Caldas no Sul de Minas aonde se produz o vinho Dos Montes. Experimentamos Cabernet, Sirah, Merlot e outros tantos. A adega da fazenda fica logo abaixo da sede, uma sala climatizada, com barris de carvalho e a parede repleta de garrafas de vinho. Outro cenário que impressiona uma vez que encontrado no interior de Minas.

Loba – Cerveja

A planta da Loba está em constante crescimento. Mais uma vez, diferente dos galpões fechados, a planta que produz a cerveja fica numa fazenda, com visual para o vinhedo ao lado direito, o curral a frente e pés de jaca ao lado esquerdo. Os barris desembocam num passadiço que leva até o bar da fazenda Guarará, de onde se bebem as cervejas frescas numa chopeira que fica a frente de um freezer que armazena os 18 rótulos fabricados pela cervejaria.

A loba mistura receitas clássicas como Pilsen, Weiss, Pale Ale como a Baltic Porter, a Scotish Ale e a que mais gostei a Baltic Porter, envelhecida em barril de carvalho. Eu digo e repito, nós que temos um pezim na roça tendemos pras amadeiradas com malte torrado. É bom e ponto.

Na cervejaria o dia ia passando e do pub ao lado da fábrica o dia foi indo. Assentados à frente das biqueiras de chopp acompanhamos o entardecer na roça, as vacas pastando no morro, o sol caindo, todas as variações de cores do entardecer refletidas no verde dos pastos molhados pela chuva… Tudo isso regado a cerveja da casa e cachaça. O que a gente não faz por trabalho… Essa parte ficou poética, mas se você estivesse lá compreenderia. É bonito.

Hotel Fazenda da Chácara

No dia seguinte fizemos algumas imagens do Hotel Fazenda da Chácara, aonde você pode se hospedar pra conhecer a Fazenda Guarará aonde se produz a Loba, vinho Dos Montes e a cachaça Itaveravense.

 Sites da Matéria

Cervejaria Loba

Hotel Fazenda da Chácara 

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